A prioridade não deve ser a educação

08/10/2012

A prioridade não deve ser a educação
Todo incompetente, sonhador ou mal intencionado apregoa ser a educação a prioridade número um. Sabe por que? Porque este grupelho não sabe o que fazer (ou não quer fazer) no curto prazo. Para que sua preguiça, má vontade ou incompetência não apareça, o incompetente se apega a soluções de longo prazo e, neste quesito, a educação é um prato cheio. Logicamente, educação é fundamental, só um doido diria o contrário, mas decididamente não é a primeira prioridade. Em sociedades desorganizadas e ignorantes como a nossa, a primeira providência é a DISCIPLINA. É a tolerância zero com a bagunça. É a instituição, pelo rigor da punição, do respeito à lei.

Uma grande bobagem dita e aceita por quase todos é que a prioridade número um da sociedade é a educação. Realmente, não é. Você pode achar que estou brincando ou que fiquei maluco, mas leia e reflita com calma. Antes da educação, vem a DISCIPLINA. A lei educa muito mais do que o professor. E, novamente peço calma e explico: escolas sensacionais, professores bacanérrimos e estrutura instrucional são de grande valia para qualquer comunidade, mas devem representar a prioridade dois ou três. Antes, vem a disciplina, a lei, o rigor da punição. E, novamente digo, não há nestas palavras qualquer resquício ou apologia ao autoritarismo ou a qualquer tipo de ditadura. Há, pelo contrário, a observação dos fatos e das coisas que realmente funcionam. Nenhuma sociedade (ou empresa) desorganizada como é a brasileira foi consertada começando-se pela educação. Desafio que alguém descubra um exemplo histórico onde se começou o desenvolvimento e a recuperação de uma civilização degradada pela educação. Obviamente, antes de escrever, pesquisei tudo o que pude durante vários meses. Não há qualquer exemplo de virada de jogo que iniciasse pela educação. As grandes mudanças aconteceram quando um grupo organizado e com boa fé instaurou um forte regime de disciplina, obediência a padrões, punição e respeito à lei. Quando a turba ignara foi contida (o famoso choque de ordem), quando alguns mandavam e todos obedeciam, a organização ficava mais fácil, a gestão se tornava mais ágil e a lei passava a ser o grande educador. Professores em sala de aula nada podem contra uma sociedade bagunçada. Basta olhar ao nosso redor! E não adiantam as greves, o plano de carreira dos professores, a mudança curricular, a construção de prédios e a informatização.

Os que bradam pela melhoria do sistema educacional não entendem que para mudar uma cultura é importante impor-se uma LEI, com muita fiscalização e punições. A educação é um complemento importante, mas é apenas um complemento.

Quem fala somente em educação para mudar uma cultura, não passa de um romântico de meia tigela, um desinformado ou um covarde, que não quer enfrentar a dureza da resistência.

Covardes, preguiçosos e incompetentes, ou simplesmente os sonhadores, adoram clamar por soluções de longo prazo. É mais fácil pedir educação, dar aulas durante nove meses, fazer uma grevezinha uma vez ou outra, e sentar na cadeirinha preguiçosa esperando o que virá (e que não virá, na realidade) após vinte anos. Quando terminar o prazo, basta acusar um ou outro e pedir mais vinte anos.

Detesto qualquer sujeito que me peça soluções de longo prazo. Esta é a principal característica de todo incompetente: pedir tempo e afirmar que precisa de soluções de longo prazo. E neste quesito – longo prazo – a educação é um prato cheio. Tenho observado executivos em todos os níveis há mais de trinta anos. Os piores são aqueles que se agarram a projetos longos. Eles, na realidade, não sabem o que fazer nos próximos sessenta dias e se escondem atrás de projetos longos, como implantações de sistemas, construções e outras ações que, embora necessárias, não servem para organizar a situação no período curto.

Sempre me alinhei com uma das principais ideias de Jack Welch: qualquer um sabe dar uma porrada e produzir resultados falsos no curto prazo e qualquer um também sabe pedir três anos para mudar as coisas. O executivo que as empresas – e a sociedade – precisam é aquele que tem um olho para o curto e outro para o longo prazo. Investir na educação? Sem dúvida, mas é a segunda ou a terceira prioridade. Quando o ex-prefeito de Nova York assumiu uma cidade degradada, ele não elegeu a educação como a prioridade número um. Rudolph Giuliani implantou o “tolerância zero” com a desordem e com a bandidagem.

Desta forma, por mais romântico que seja gritar pela educação, entenda que em uma comunidade ignorante e desorganizada como é a nossa, a primeira providência é DISCIPLINA FÉRREA. Depois, vem o resto.

Ah, o mesmo conceito vale para as empresas. Já participei de encampação de empresas formadas por preguiçosos, corruptos e ignorantes que, após dois meses de uma administração dura e correta, pareciam outra empresa. Depois, vieram os caras de RH com os programas de treinamento. Depois!