Interesses pessoais x idéias

06/07/2009

Interesses pessoais x idéias
Os interesses pessoais prevalecem fortemente sobre as idéias no processo de tomada de decisões nas empresas. Aliás, esta é uma realidade na história da humanidade: alguns teóricos escreveram sobre comunismo, socialismo e liberalismo e muitos apenas usaram as ideologias como pano de fundo para garantir seus interesses pessoais e os de pequenos grupos.

Os interesses pessoais prevalecem fortemente sobre as idéias no processo de tomada de decisões nas empresas. Aliás, esta é uma realidade na história da humanidade: alguns teóricos escreveram sobre comunismo, socialismo e liberalismo e muitos apenas usaram as ideologias como pano de fundo para garantir seus interesses pessoais e os de pequenos grupos. Este é um assunto delicado e pouco falado, mas algumas decisões tomadas por executivos e por gerentes atendem muita mais a interesses pessoais do que as necessidades da empresa para a qual trabalham. Já conversei com gestores que pouco interesse tinham em idéias. Eles estavam m ais preocupados com sua imagem e situação dentro das empresas. Se tivessem que sacrificar custos e margem para ficar com boa imagem junto aos acionistas, não hesitariam um só instante. Quando um gestor verifica que seu superior hierárquico vai tomar uma decisão que prejudicará a empresa e não reage por medo do desgaste natural da divergência, ele abdica das idéias e opta pela má política. Quem perde é a empresa.

Estas situações não acontecem de forma explícita e gritante. Ao contrário, ocorrem de maneira dissimulada. Na maioria dos casos, é impossível comprová-las. Pessoas bem articuladas encontram formas de cometer o erro e justificá-lo perfeitamente. Há um outro grande grupo de ingênuos, loucos para serem permanentemente enganados. São, na verdade, covardes que não querem ver para evitar incomodações. Já vi gestores implantando softwares desnecessários para suas empresas com o único intuito de aprender. Já vi gente solicitando treinamentos apenas para engordar seu currículo. Já vi chefes sufocando seus funcionários para não terem “sombra” ou para que a empresa não veja gente mais capacitada subordinada a eles. Já vi viagens “de trabalho” sendo agendadas apenas por interesse pessoal. E por aí segue o rosário de delitos, todos praticados de forma clandestina e furtiva.

Como evitar ou amenizar os danos desta característica humana tão comum? O presidente ou um diretor com grandeza de visão é a melhor solução. Grandeza de visão? Como defini-la? Grandeza de visão é a característica de um executivo que é muito maior do que os outros em conhecimento e caráter e que percebe claramente quem são os “enroladores” da empresa, aqueles que só trabalham para si próprios. Para alguém dar porrada em alguém, basta ser agressivo, não precisa muita coisa. Mas para reconhecer talento em alguém, promover esta pessoa sabendo que a comunidade, a empresa e o mundo vão se beneficiar, é preciso grandeza. Parar de pensar no próprio umbigo apenas e olhar com grandeza ao redor.

Este executivo “cinco estrelas” estabelece indicadores, procedimentos, auditoria interna e reuniões gerenciais com clareza de metas para todos. Desenvolve uma área de RH à sua imagem e semelhança e que o ajuda a promover os bons e demitir os maus. Talvez seja esta a decisão mais importante de um conselho de administração ou simplesmente dos donos de uma empresa: escolher um “presidente cinco estrelas”.


Paulo Ricardo Mubarack

051 81 82 71 12

mubarack@terra.com.br

www.mubarack.com.br