Qual é o prazo de validade do que você ensinou?

11/01/2010

Qual é o prazo de validade do que você ensinou?
Qual é o prazo de validade do que você ensinou? Ou será que você ingenuamente acredita que, uma vez tendo ensinado algo para alguém, este ensinamento jamais será esquecido? O que as pessoas aprendem tem prazo de validade.

Já escrevi muitas vezes que pessoas nunca estão completamente treinadas, que o gestor precisa praticar o WOT (Walk, Observe and Talk) – caminhar, observar e conversar com sua equipe constantemente no campo de trabalho, e que a falta de supervisão é decisiva para gerar maus resultados em uma empresa. Entretanto, tenho plena consciência de que o assunto é crítico e que muitos gestores ainda não compreenderam com profundidade como funciona o comportamento das equipes. Qual é o prazo de validade do que você ensinou? Ou será que você ingenuamente acredita que, uma vez tendo ensinado algo para alguém, este ensinamento jamais será esquecido? O que as pessoas aprendem tem prazo de validade. A ordem que você deu, a instrução que você comunicou, os cuidados que você pediu, as recomendações que você falou, tudo isto tem prazo de validade. O estado natural das coisas no universo é o caos e você também não pode esperar demais das pessoas. Um gestor que não compreender isto é, no mínimo, ingênuo e ninguém é pago para se comportar com ingenuidade em uma empresa.

Estime o prazo de validade do que você ensinou (seja pessimista, por favor) e estabeleça uma rotina de reciclagens. A missa é o melhor dos exemplos. Você, como gestor, deve falar, falar e falar. Fale até não agüentar mais ouvir sua própria voz. E saiba que você terá que repetir sua ideologia para sempre. Quando você perder a paciência e a vontade de “rezar sua missa”, é hora de parar e procurar outra atividade.

Os maiores desastres nas empresas acontecem com gente “treinada”, aqueles que “já sabiam tudo”. Tenho uma centena de exemplos da vida real que comprova esta afirmação. Sendo assim, o gestor deve entender que “rezar a missa” todo o dia é seu papel fundamental. Não há “convertidos” eternamente, nem fiéis para a vida toda. Infelizmente, nossa memória não é “de elefante” e esquecemos com facilidade. Tudo na vida, até a própria vida, tem prazo de validade. Por que seus ensinamentos não teriam?

Paulo Ricardo Mubarack

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