Que livraria!

19/08/2011

Que livraria!
As empresas se dividem em duas categorias: aquelas que têm alma e as que não têm. Ambas podem existir durante décadas e ambas podem gerar lucros. Mas a diferença é que o lucro apenas paga as contas e a alma dá o prazer de se ter existido. A diferença é abissal.

Estava circulando pela Livraria Cultura situada no Conjunto Nacional, em S. Paulo, quando duas mulheres entraram na loja e uma delas disse: “Que livraria!”. E eu digo, além de concordar com ela: “Que elogio para uma empresa!”. Tomara que todos os meus clientes, quando assistem a meus cursos ou quando me contratam como consultor, também digam: “Que curso!” ou “Que consultoria!”. São expressões que revelam a admiração que um cliente tem pelo seu fornecedor e que envaidecem qualquer empresário. E aí eu pergunto: você que está lendo este texto, quando trabalha e mostra sua performance para seus clientes ou empregadores, recebe também este tipo de elogio? O pessoal diz “Que gerente!”, “Que supervisor!” ou “Que vendedor!”?

Sua resposta pode ser “sim”, “não” ou “nunca pensei nisto”. Se for “sim”, parabéns, você é realmente um talento e deve tratar de se manter humilde e fazer um plano para garantir esta qualidade para sempre. Se for “não”, trate de repensar sua vida e elaborar um plano de ação para chegar lá. Se for “nunca pensei nisto”, pense e decida se você está no “sim” ou “não”. Como você já percebeu, tudo acaba em um plano de ação. A única resposta cretina para esta pergunta é “não me importo com isto”. Se você não se importa com o que empregadores ou clientes pensam de você ou da sua empresa, você é um perdedor. É a única resposta inaceitável. Você não me interessa e sugiro que pare de ler este texto.

Voltando para os que querem receber este tipo de elogio, sugiro que pensem 24 h por dia na sua atividade ou na sua empresa e tentem de tudo (plano de ação) para melhorar. A isto se chama de “amor próprio”. Dinheiro não pode ser a única forma de recompensa. O reconhecimento expresso pela frase “Que livraria!” é inigualável. Pense bem sobre quantas livrarias há no Brasil. Algumas muito boas e grandes, como Siciliano e Saraiva. Todas vendem os mesmos produtos que a Cultura vende: livros, CDs e DVDs. Muitas também têm um café. Mas por que a Cultura é tão diferente? A resposta é simples: porque certamente seus fundadores e seus herdeiros e principais dirigentes adoram o que fazem e têm prazer em receber aquele elogio. Quem trabalha apenas por dinheiro leva nítida desvantagem. Por isto, muitas empresas que abrem seu capital ou que pertencem a fundos de investimentos são tão ruins. Elas não têm alma! Até podem gerar lucros, mas jamais chegarão aos pés daquelas que também geram lucros, mas com alma. O lucro paga as contas, a alma dá o prazer de se ter existido! A diferença é abissal e é a diferença entre apenas viver atendendo a todas as necessidades fisiológicas ou ser realmente feliz.

Sugiro que você, empresário ou gestor empregado em uma organização, opte por ser feliz. Dá muito mais trabalho, mas a recompensa vale a pena. Seus filhos terão muito o que contar sobre você!