Gastei algumas horas lendo farto material na Internet e em alguns livros sobre as vantagens das pequenas e médias empresas sobre as grandes: agilidade na tomada de decisões, organização menos burocrática, presença do DNA do dono, hierarquia mais simples e comunicação mais direta entre todos. Embora estes fatores realmente apareçam na composição das pequenas e médias, toda esta conversa não passa de pura lorota.
As pequenas e médias empresas têm enormes desvantagens em relação às grandes. As pequenas vantagens que possuem são largamente anuladas pelas empresas de porte. Ou seja, a vida das pequenas e médias é muito dura e o risco de desaparecimento é muito alto.
Só há uma saída para as pequenas: crescer. Há exceções onde a marca e o talento inesgotável dos empreendedores criaram um nicho. Um exemplo é a Ferrari. Uma montadora pequena com uma marca gigantesca. Há outros exemplos, especialmente no varejo e na área de serviços, mas não se engane: são exceções e como tal devem ser analisadas. A pergunta para o pequeno ou médio empresário é: por que você seria uma Ferrari? Mais de 99% não chegam nem perto desta possibilidade.
Desta forma, repetindo, o pequeno e médio empresários precisam crescer. Mas como? Particularmente no Brasil, não temos a cultura das startups, dos investidores-anjo e do apoio do governo para os pequenos e médios. A receita passa a ser muito simples e dura: os empreendedores devem trabalhar 24 h por dia e arrumar dinheiro. Como? Associação com outros e a venda de parte da empresa para investidores são caminhos lógicos. Se ficar pequeno e sozinho, vai morrer. Afastar-se dos bancos é um sábio conselho. Se não puder fazer nada disso, venda logo seu pequeno negócio e abra outro. Arrume o segundo negócio e venda novamente. Vá gerando caixa. Sem ele, o Davi sempre apanha do Golias.