Muitas pessoas bem-intencionadas mas com pouquíssima prática apregoam: “o importante é fazer certo na primeira vez”, “devemos buscar comprometimento e conscientização dos empregados”, “o controle de qualidade off-line (inspeção por um terceiro) é coisa do passado pois cada um deve se responsabilizar pelo que produz”, “precisamos incentivar o autocontrole”, “controlar é arcaico, é necessário confiar” e por aí vão as bobagens. Não que eu discorde da importância do comprometimento e do autocontrole, mas nada, absolutamente nada na vida real das empresas evidencia a dispensa do CONTROLE. Controle no velho e bom sentido de FISCALIZAÇÃO, INSPEÇÃO ou qualquer outro termo similar. Volta ao passado? Negativo, apenas pés no chão e sentido de realidade. Pessoas, inclusive as melhores, precisam de controle. Necessitam de alguém que sistematicamente audite seu trabalho. Mesmo pessoas honestas e competentes trabalham de forma mais relaxada se souberem que não vão ser fiscalizadas. É hipocrisia ou ingenuidade negar este fato. Quem deve exercer o controle? A supervisão. Com inspetores de qualidade no caso de produtos e com métodos de auditoria no restante da gestão. Tenho encontrado várias situações em fábricas, lojas, restaurantes e outros serviços que demonstram claramente a falta que a supervisão faz. Muitas empresas enfrentam problemas graves para formar boas equipes: rotatividade alta, qualificação baixa, profissionais muito jovens sem comprometimento, salários baixos, trabalho pesado e pouco motivador. Como fazer? Criar padrões, treinar com força, implantar estruturas à prova de bobeiras e fortalecer a supervisão. Equipes ruins e muito jovens precisam tanto de um supervisor forte quanto uma criança de 18 meses precisa da mão do pai e da mãe. O que encontro? Todos os problemas descritos anteriormente SEM SUPERVISÃO, SEM AUDITORIA, SEM TREINAMENTO E SEM PADRÕES. Mecanismos à prova de bobeira nem pensar. O resultado é de fácil previsão: problemas e mais problemas. Erros estúpidos e clientes perdidos. Acidentes e perdas financeiras. Inspeção muito vigorosa, portanto, é absolutamente necessária pois alguém precisa estar observando o trabalho e a equipe, forçando a produtividade. Bafo na nuca do time, pressão constante, ajuda, treinamento e correção. Os supervisores são “os caras”. Devem ter perfil sênior e receber total apoio da direção. Devem entender sua função. Muitos supervisores sequer conhecem a sua verdadeira missão. Muitas organizações também não sabem exatamente para que serve um supervisor. A pergunta é: como conseguir produtividade alta e qualidade com equipes ruins e descomprometidas? A resposta é: com supervisão extremamente qualificada. Já escrevi anteriormente e repito: um sujeito inteligente e com atitude consegue excelentes resultados mesmo dirigindo um grupo ruim. O contrário, entretanto, não é verdadeiro: um cara burro e sem atitude não consegue bons resultados chefiando um excelente grupo. Grupos não servem para nada, o que interessa é o líder. Muito radical? Pode ser, mas muito mais próximo da verdade do que os engomadinhos que nunca gerenciaram nada e que leem e ensinam besteiras, afirmando que o controle “já era”. Quem tem medo de controle bom sujeito não é: ou é ruim da cabeça ou é mal-intencionado. Equipes desqualificadas não são desejáveis, mas frequentemente são inevitáveis, especialmente em função de carências regionais de recursos humanos e salários baixos. Mesmo assim, não podem servir como desculpa para maus resultados. Supervisão e controle fortes são a solução.

Muitas pessoas bem-intencionadas mas com pouquíssima prática apregoam: “o importante é fazer certo na primeira vez”, “devemos buscar comprometimento e conscientização dos empregados”, “o controle de qualidade off-line (inspeção por um terceiro) é coisa do passado pois cada um deve se responsabilizar pelo que produz”, “precisamos incentivar o autocontrole”, “controlar é arcaico, é necessário confiar” e por aí vão as bobagens.