Empresas não morrem de hemorragia

05/01/2009

Empresas não morrem de hemorragia
As empresas morrem sangrando lentamente. Uma gota de sangue por hora e as forças vão se exaurindo aos poucos. Como o processo é demorado, as pessoas “acostumam-se com a paisagem” e tudo parece normal, mas a empresa está minguando. Empresas não morrem de hemorragia, morrem à mingua.

Empresas morrem sangrando lentamente. Uma gota de sangue por hora e as forças vão se exaurindo aos poucos. Como o processo é demorado, as pessoas “acostumam-se com a paisagem” e tudo parece normal, mas a empresa está minguando. Um ano depois do início do sangramento pouco intenso, a organização já não tem forças para fazer certos investimentos que fazia no passado, mas ninguém enxerga. Culpa-se a crise financeira, o governo, o concorrente ou encontra-se qualquer outra desculpa esfarrapada. Mas empresa continua doente. Empresas não morrem de hemorragia. Quando esta acontece, a correria é imediata e, incrivelmente, os prejuízos são menores. O problema é a gotinha de sangue perdida a cada hora. Passa desapercebida e vai matar a organização. Exemplos de gotinhas de sangue? A lista é imensa. Veja alguns casos:


1. O cliente que reclama e não recebe qualquer atenção.

2. O produto devolvido.

3. O funcionário demitido (todo o investimento feito nele vai para o ralo).

4. A venda perdida (invisível para muitas empresas).

5. A análise de crédito mal feita e que mata uma venda.

6. A inadimplência que poderia ser evitada.

7. A tolerância com fornecedores ruins.

8. A arrogância de diretores que fingem não ouvir os problemas reportados por suas equipes.

9. A falta de franqueza em uma reunião.

10. A política em excesso nos níveis superiores da hierarquia.

11. Pessoas ociosas.

12. Todo tipo de retrabalho

13. Erros repetitivos – sempre o mesmo erro.

14. O representante comercial que fala mal da própria empresa para o cliente.

15. O desperdício de materiais e de energias.

Sua empresa provavelmente perde um pouco de sangue todo dia. O nível da perda é conhecido e controlado? O sangue é reposto conscientemente? Há esforços claros e organizados para reduzir a sangria?

Um empresário me disse: “...podemos até perder sangue, mas estamos crescendo”. Perguntei como o crescimento da empresa dele comparava-se ao crescimento de seus concorrentes e do segmento onde ele atua. Era menor. Quando se cresce menos do que os outros, estamos reduzindo nosso tamanho. Crescer é crescer mais do que os outros. Senão, não é crescimento.

Empresas não morrem de hemorragia. Morrem à míngua.