Gentalha gosta de escândalos. Independentemente do poder aquisitivo, gosta de barracos, brigas, grandes mudanças, barulho.
É como funcionam algumas empresas: grandes reestruturações, pequena criação de processos, consultorias ruins que trocam pessoas e trocam organogramas, mas não trocam processos nem cultura. Troca diretor, demite, admite, muita fumaça e pouco resultado. Muito incêndio e muito barulho, pouco resultado.
Empresários e acionistas mal preparados para o ambiente de negócios buscam no aperto a bala de prata, aquela única que vai matar o lobisomem. E não faltam os que a ofereçam, embora não seja de prata e muito menos seja uma bala. Não passa de festim.
O que pretendo afirmar é que as verdadeiras grandes mudanças começam de dentro para fora e de cima para baixo. Quem conduz a mudança deve ser o presidente e ela deve começar no núcleo mais interno da empresa. Muitas vezes, demissões realmente devem ser feitas e devem vir gestores de fora, mas “que seja UMA ÚNICA VEZ”. Quando uma empresa busca diretores e gerentes no mercado ao invés de encontrá-los em seus próprios quadros, ela tem uma probabilidade enorme de errar. Além disto, mexe desordenadamente com a própria cultura e cria uma mistura frequentemente heterogênea e com poucos resultados. Alguns argumentam que se trata de “oxigenação”. Bobagem grosseira! Para estarmos atualizados com o mundo não precisamos trocar nossos gestores a cada três anos. Precisamos de processos de treinamento e de desenvolvimento que de fato tragam o que há de melhor no mundo em tecnologia para nossas pessoas.
O problema é um só: todo empresário ou profissional despreparado quer o atalho: ao invés de malhar todo o dia durante uma hora, que tal se entupir de frituras e de cerveja e fazer uma lipoaspiração de cinco em cinco anos? Parece mais confortável, mas é mais desqualificado. Somente medíocres e “espertos” procuram o atalho. “Para que formar gente se podemos buscar no mercado?” assim pensam os vadios.
RH se transforma em uma agência de seleção de pessoal ao invés de ser uma ESCOLA DE LÍDERES. Se olharmos todas as empresas ótimas e vencedoras, independente do porte, identificaremos empresas que desenvolveram seus próprios gestores. O contrário do desenvolvimento é o atraso, aquele que gera “escândalos”.
Em tempo: não estou obviamente defendendo a zona de conforto. Pelo contrário, os profissionais devem ser instigados, desafiados e avaliados desde o início de suas carreiras nas empresas. Os fracos ficarão pelo caminho. Os fortes chegarão ao topo, carregando como adicional à competência técnica indissolúvel vínculo com os valores da organização para a qual trabalham. O resto é bobagem, aventura e escândalos.
Paulo Ricardo Mubarack
051 81 82 71 12
mubarack@terra.com.br
www.mubarack.com.br

Todo empresário ou profissional despreparado quer o atalho: ao invés de malhar todo o dia durante uma hora, que tal se entupir de frituras e de cerveja e fazer uma lipoaspiração de cinco em cinco anos? Parece mais confortável, mas é mais desqualificado. Somente medíocres e “espertos” procuram o atalho. “Para que formar gente se podemos buscar no mercado?” assim pensam os vadios.