Fujões

11/09/2013

Fujões
Esconder-se atrás da cultura, dos padrões, de uma aparente ingenuidade ao esperar demais das pessoas da equipe, do mercado, das agressões do mundo externo, dos especialistas – “fulano falou”, das outras áreas da empresa, dos fornecedores e das tarefas administrativas é típico de FUJÕES, profissionais de segunda linha que fogem dos seus maus resultados e metas não batidas culpando a tudo e a todos, menos eles próprios.

Conheço muitos profissionais, nos mais variados níveis hierárquicos, que são FUJÕES. Escondem-se atrás dos padrões (não posso fazer isto porque o padrão não deixa, porque o SAP não permite), atrás da cultura (aqui sempre foi assim, nunca vamos mudar, é o nosso jeito de fazer as coisas), atrás do mercado (não batemos a meta de vendas porque o mercado caiu, o mercado está parado, ninguém entende o mercado), atrás de outras pessoas das suas equipes (nunca pensei que fulano fosse errar deste jeito, a culpa é do fulano, fulano não entendeu), atrás das outras áreas (a culpa é de RH, a culpa é de TI, a culpa é do financeiro, a culpa é da operação), atrás do mundo externo (nosso fornecedor falhou, a culpa é da transportadora, do sindicato, da chuva, do sol, do câmbio) e atrás dos grandes projetos (ainda não melhorei porque dependo da implantação do módulo de compras, não bati a meta porque preciso de um BI, estou com baixa produtividade porque estou aguardando a construção do novo armazém).

Embora estes fatores todos atrapalhem a vida de qualquer um, o profissional de verdade - e não um FUJÃO - deve sabe que ele foi contratado exatamente para gerenciar estes fatores e que faz parte do seu trabalho reconhecer que a culpa por resultados ruins é sempre dele, que deve responder a toda a hora a seguinte pergunta: o que eu não tenho no meu processo e que me deixa vulnerável a estes fatores? As agressões externas sempre existirão, não fuja da sua responsabilidade, enfrente-as com o seu processo e pare de reclamar.

Seu processo deve estar preparado para a guerra e não funcionar somente quando existir "céu de brigadeiro". Isto significa que você precisa trabalhar somente com os melhores, ter a coragem de demitir medianos, treinar sua equipe intensamente, acompanhar indicadores de desempenho, pontos de controle, planos de ação e padrões com disciplina, simplicidade e foco. Controlar tudo, auditar tudo, estar sempre preocupado, ligado 24 h, com um receio quase paranoico do erro. Esta é a receita para campeões. Os que não conseguem enfrentar a luta e fogem devem ser eliminados.

Paulo Ricardo Mubarack