Sempre fiquei impressionado com a cara de pau do “leão de reunião”. Este perfil é caracterizado pelo sujeito articulado, que fala pelos cotovelos, que sorri para todos, que se sobressai em qualquer reunião, mas que é um desastre na prática. Ele não é um teórico, pois a teoria é boa e necessária para a execução, ele é apenas um falastrão.
Superficial, é o tipo que sabe NADA de TUDO. Fala sobre todos assuntos, mas é igualmente raso em todos eles. Repete frases de um lado para outro, não se envolve em assuntos mais polêmicos, não abraça nenhuma causa, cobra mas foge da cobrança e esquiva-se do trabalho o tempo todo.
Gosta de adjetivos e odeia números. Gosta da generalização e odeia o específico.
O mais impressionante, entretanto, é o sucesso que alcança em organizações burras, onde a política supera o mérito e onde o convencimento supera a autoridade.
Já fui rotulado várias vezes de autoritário e já vi muita gente boa e honesta receber o mesmo rótulo ou adjetivações semelhantes. O fato que desautoriza os rotuladores é que quem fala exageradamente em “motivação, convencimento, criatividade, relacionamento, harmonia e confiança” não bate metas. Os maiores líderes da humanidade, nos negócios ou nos países, sempre tiveram autoridade forte e inspiraram pessoas boas com boas ordens, com padrões, com a meritocracia e com auditoria e controle.
Covardes e incompetentes escondem-se atrás de palavras bacanas para estigmatizar gente honesta e que realmente quer trabalhar e bater metas. Afinal de contas, quem é contra a confiança? Quem poderia repelir ideias de se ter um ambiente com harmonia e motivação?
Na prática, tudo isto acaba quando vem o prejuízo. Neste momento, qualquer empresa volta-se para o jogo duro. E o jogo duro é uma forma idiota que nós, brasileiros, usamos para rotular trabalho sério feito por boas pessoas. Por isto estamos distantes da sociedade americana e europeia. Harmonia, motivação, confiança e criatividade existem quando existe o lucro. Ao contrário do que muitos possam pensar, não são causas, mas são efeitos do lucro. As causas do lucro são o trabalho duro em equipe feito por pessoas automotivadas, onde exista controle e auditoria fortes e onde padrões regulem a rotina e o planejamento.
Não confundir causa com efeito é fundamental. Estabeleça primeiro a harmonia pela harmonia, estimule a criatividade sem padrões, tente motivar intensamente as pessoas e confie muito. Pronto, você terá a fórmula adequada para quebrar qualquer empresa.
Eu também desejo harmonia etc., mas como efeito do lucro e nunca como causa, simplesmente por que ISTO NÃO EXISTE. Esta inversão perigosa habita somente nas cabeças de alguns ignorantes totais em gestão.