I want progress, not perfection

24/02/2015

I want progress, not perfection

Vagabundos, covardes e mentirosos adoram pregar a perfeição. Já passei por situações como consultor onde, ao apresentar uma solução muito simples e eficaz para um problema, vi a cara de decepção destes sujeitos. Eles não queriam a solução, eles queriam a continuidade do problema. Loucura? Longe disto, porque esta gentalha vive da confusão, alimenta-se de frases ridículas da “busca do ideal” e sobrevive pedindo mais tempo, “porque, afinal de contas, a perfeição é complexa, exige investimentos e demora mais”. Tempo é tudo o que eles desejam para sustentar aos trancos e barrancos suas posições nas empresas.



Ouvi esta frase do personagem interpretado pelo ator Denzel Washington no filme The Equalizer (traduzido no Brasil por O Protetor). Ele incentivava um jovem colega, acima do peso, a comer melhor, emagrecer e realizar o sonho de ser aprovado em um teste para segurança privada de uma empresa. Quando o rapaz acima do peso argumentou que tudo era muito difícil, o personagem de D. Washington afirmou: “Eu quero progresso, não a perfeição”.

Senti-me tocado pela frase, porque, como um consultor, gasto boa parte do meu tempo nos clientes pedindo exatamente isto: “Progresso! Esqueça o que seria o ideal, eu quero ajudá-lo a progredir”. Você não tinha indicadores, agora você definiu 10. Amanhã, vamos para 15 e assim por diante. Você não tinha nada que lembrasse um DRE ou um fluxo de caixa, agora você tem uma planilha vagabunda no Excel, amanhã melhoramos a qualidade de algumas entradas de dados, depois de amanhã melhoramos mais ainda e vamos indo. Você não sabia elaborar planos de ação, agora já definimos um formulário 5W-2H. Mais adiante, se precisar, você usa um software do tipo MS-Project, mas agora vamos com nosso plano mais simples.

Assim é a vida real, feita de progressos, pequenos ou grandes dependendo do seu ritmo, mas nada que procure a situação perfeita no curtíssimo prazo. Há um ditado que afirma “ser o ótimo o inimigo do bom”. Longe de defender o conformismo e a lentidão, este conceito do progresso diário estimula o ritmo, o equilíbrio e a perseverança. A corrida no mundo dos negócios é uma maratona e não um tiro de 100 m.

Quem odeia este papo são os vadios. Eles adoram se esconder atrás dos projetos complexos e da “busca da perfeição”, coisa que não virá. Eles sabem disto, mas pouco se importam com os resultados, eles querem apenas ganhar tempo e sustentar suas posições até finalmente serem descobertos.

Muita gente odeia o SIG (Sistema Integrado de Gestão) porque ele pede o progresso diário, o ganho incremental, a constância de propósitos, como afirmava Deming. Os incompetentes adoram soluções “espetaculosas”, softwares magistrais, grandes implantações e outras bobagens que somente servem para consumir a paciência e o caixa das empresas.

“E se a companhia estiver morrendo?” – alguns perguntam. Também neste caso vamos adotar a lei “do progresso, não a perfeição” até com mais intensidade. Seremos rápidos, mas saberemos que uma recuperação financeira em casos graves precisa de pequenas vitórias e melhorias a cada dia, esquecendo-nos de “situações perfeitas”.

Qual é a ferramenta que mostra o progresso diário? É a combinação dos indicadores diários e dos planos de ação de curto prazo, que preveem entregas diárias, ou seja, o velho e bom CRONOGRAMA. Bons cronogramas nunca usam prazos mensais, mas trabalham no máximo com o horizonte das semanas ou dos dias. Implante estes conceitos e fará “milagres” em sua empresa com custo muito baixo.