Minha filha está concluindo o curso de Engenharia de Produção na Universidade Federal do RS e faz a cadeira de Sistemas de Garantia da Qualidade. Passamos todo o domingo à tarde estudando a matéria. A pobre professora pública provavelmente nunca trabalhou na prática com o assunto, leu alguma coisa e estabeleceu uma grande confusão. Minha filha estava tonta em meio a conceitos misturados e pouco claros envolvendo palavras como normalização, diretrizes, regulamentos, padrões, procedimentos, normas, leis, normas regulatórias da ABNT ISOs e especificações, além de expressões vagas como conselhos normativos, comitês de padronização, organizações múltiplas de regulação etc. Quando você tenta explicar para alguém exatamente o que é isto, você percebe o grande lixo que alguns técnicos, professores e assemelhados geram para a sociedade.
Para colaborar com a higienização das pobres mentes que tentam entender esta grande baderna de muitas palavras e muitas confusões, escrevo aqui o que expliquei para minha estudante de engenharia: fora de uma empresa, apenas existem leis e normas. Leis são feitas pelo poder legislativo de cada país e normas são feitas por entidades privadas, reconhecidas ou não pelos sistemas oficiais de padronização de um país. Leis e normas, apenas isto! Dentro das empresas, existem os padrões. E acabou! Leis, normas e padrões. Pedi para minha filha que esquecesse a montanha de palavras que só confundem. Considere apenas estas três conceitos e pronto! Pedi também que não prestasse atenção em um grupo de idiotas que perde tempo tentando definir a diferença entre regimento, regulamento, código etc. Pense apenas em leis, normas e padrões. Qualquer documento que contém regras para a execução de determinadas atividades ou é uma lei, ou é uma norma ou é um padrão. As normas regulatórias do Ministério do Trabalho são leis. As regulações emitidas pela ABNT são normas e só possuem força legal quando reconhecidas por uma lei ou por um edital licitatório. E os padrões de uma empresa (que podem ser de vários tipos e com vários nomes) são apenas isto: padrões internos de uma empresa.
Sempre que você se defrontar com o código X, com a norma Y ou com a especificação W, não se esqueça de pensar no trio fantástico: lei, norma ou padrão. Invariavelmente, o documento que o atormenta se encaixará em uma destas três classificações. O conceito é claro e simplifica a vida de todos nós. O resto da nomenclatura perversa e das explicações ocas é lixo e pertence a um pequeno grupo de mentes bisonhas.
Paulo Ricardo Mubarack

O mundo possui vários especialistas em padronização e muitos órgãos, oficiais e privados, que regulam esta atividade. Como era de se esperar, conseguiu-se tudo, menos padronização. Um grande número de termos atormenta a mente de quem apenas quer trabalhar com seus processos e padronizá-los, utilizando as palavras e os conceitos limpos e corretos. Um trio simplifica tudo: leis, normas e padrões. Esqueça as outras dezenas de palavras que apenas complicam e em nada ajudam, criando rejeição ao tema.