O que antecede os problemas financeiros

30/12/2013

O que antecede os problemas financeiros
Perdas financeiras sempre assustam as empresas, mas poucas vezes são percebidas como consequências de ESCOLHAS POLÍTICAS MAL FEITAS. O ORGANOGRAMA TORTO e GESTORES SEM MANDATO CLARO, com metas confusas ou indefinidas, geram toda sorte de prejuízos concretos, como vendas perdidas e custos altos. O problema é que a maioria dos empresários, conselheiros e gestores de alto escalão não se dá conta da relação direta entre ORGANOGRAMA (COM ALÇADAS E PROCESSOS CLAROS) e resultados financeiros paupérrimos.

Problemas financeiros são precedidos por escolhas políticas erradas e padrões mal feitos.

Lendo entrevista com o historiador e professor de ciências políticas da Universidade Stanford, Francisco Fukuyama, um ponto chamou minha atenção: "A maioria dos problemas econômicos tem origem em escolhas políticas erradas". Exame 1056, 25/12/2013, pág. 46. Analogia perfeita pode ser feita com empresas: suas perdas financeiras têm origem em escolhas erradas de gente (perfil), treinamento mal feito ou não feito e padrões errados (mal formulados ou não formulados). Um organograma torto, por exemplo, entorta toda a empresa. É incrível, mas a maioria das empresas têm uma dificuldade imensa em definir o organograma. Quem é responsável pelo quê, quem responde para quem, quais os limites de alçada e da autoridade para cada gestor. Algo aparentemente simples, mas que é mal feito, seja lá por que motivo for. A empresa fica torta e os problemas financeiros aparecem naturalmente, decorrentes das falhas. Estas são oriundas das escolhas “políticas” mal formuladas ou não formuladas pela empresa. Parece simples de entender, mas uma grande parte dos empresários, conselheiros e gestores de alto escalão não estabelecem a mínima relação entre suas definições “políticas” e seus problemas financeiros. Para ser bem claro, quando você define erradamente um diretor e o mantém, uma série de perdas financeiras advém desta escolha. Você que me lê atentamente vai dizer: “mas isto é óbvio!”. Então, eu respondo para você: Ah, é óbvio? Então, analise o dia a dia das empresas e veja se é fácil. Não confunda o óbvio com o fácil. E não esqueça de estabelecer conexões entre as coisas. Os clientes desaparecem porque temos o diretor ou o gerente errados. O custo sobe porque escolhemos mal o gestor da produção e da operação. E tudo isto acontece porque parecemos incapazes de compreender a conexão entre ORGANOGRAMA E PERDAS FINANCEIRAS.

Ação prática: analisar profundamente, e constantemente, o desempenho dos gerentes e dos diretores e deixar o ORGANOGRAMA da empresa claro como água. 90% das empresas que conheço têm o ORGANOGRAMA TORTO. 

 

Paulo Ricardo Mubarack