Um dia destes estava assistindo a um desenho animado com minha filha chamado Madagáscar. No enredo, havia um povo muito pacífico e ordeiro vivendo ao lado de um povo predador e que trazia muita infelicidade à ilha onde ambos habitavam: eram os FOOSAS (pronuncia-se fuças).
Vendo as diabruras que os foosas cometiam contra os vizinhos pacíficos e ordeiros, lembrei-me dos outros foosas que existem nas empresas e na sociedade. Assim como os diabinhos do desenho, eles geram desperdício e morte nas organizações.
No filme, um leão salvador e seus amigos detonaram com os foosas. Na vida real, quem pode acabar com a ameaça dos foosas são executivos de alto nível, gente de alma macia e atitudes duras, que não perdoa os relaxados e os não comprometidos.
Escrevo este artigo no aeroporto de Brasília, em 31 de outubro de 2006, 20h 50 min. Um grande atraso nos vôos deixa a sala de embarque lotada e aflita. O alto-falante acaba de anunciar que vários vôos estão retidos porque os controladores de vôo do Distrito Federal estão realizando uma operação-padrão, em busca de salários, melhores condições de não sei o que e por aí vai!!!
Fico encarando as pessoas após o anúncio no sistema de som! Pouca ou nenhuma indignação. As pessoas estão se acostumando com a mediocridade da nossa infraestrutura e com a ignorância completa de nossas autoridades sobre o que seria facilitar o ambiente de negócios.Decididamente atrasos em aeroportos não facilitam nada.
Novamente os foosas atacam. Há foosas no controle do tráfego aéreo, no Palácio do Planalto e...na sua empresa também.
Mate quantos foosas você puder, todo santo dia!!! Esteja preocupado em implantar um sistema de gestão que traga transparência para sua empresa e identifique claramente os foosas. Por que alguns gerentes, diretores e chefias resistem tanto a indicadores de desempenho, procedimentos operacionais, mapas de processo, planejamento estratégico, planos de ação, orçamento de despesas e de receitas, processos claros de tomada de decisão e gestão forte de RH? Porque são foosas, gente acomodada e que só gera desperdício e atraso para sua empresa.
Se você não for duro com os foosas, muitos empregados da sua empresa ficarão com as mesmas caras que vejo aqui em Brasília: desanimados e conformados com a dura realidade da extrema tolerância com o mal, com a permissividade com os maus hábitos que prejudicam os negócios e com a inércia de seus dirigentes.
É o primeiro grande passo em direção ao prejuízo.
Identifique seus leões salvadores. E coloque os foosas nos seus concorrentes, o lugar ideal para eles.
Um abraço a todos, menos para os foosas. Minha missão é eliminá-los das empresas.
Paulo Ricardo Mubarack
