Um cara formado em Ciências Contábeis, empregado como analista contábil em uma empresa de médio para grande porte no RS, disse a seguinte frase quando seu gerente comentou o esforço da empresa para reduzir custos e aumentar o lucro: “Pra quê mais dinheiro?”. O gerente contábil comentou este episódio em uma reunião de diretoria onde participei. Achei relevante escrever sobre o assunto porque avalio este comentário como deplorável e comum em nosso meio. Muitos profissionais graduados, assim como empregados de níveis mais baixos, pensam desta forma. Aliás, é uma forma brasileira de encarar as empresas e os negócios: a raiva e a inveja que nutrimos pelos mais ricos. Os ignorantes não entendem para onde vai o lucro, “o dinheiro”, como diz o analista bronco. Eles não entendem que o lucro remunera investidores, reforça o caixa, aumenta a capacidade de investimentos, paga bônus para empregados e, finalmente, se sobrar algo, vai para o bolso dos principais acionistas, o que é absolutamente justo. Dinheiro nunca será demais, mas a inveja impede que boçais entendam a lógica do capital. Alguns destes ignaros não têm mais jeito e devem ser demitidos. A maioria dos iletrados, entretanto, pode aprender o que significa caixa, lucro, margem, EBITDA, custos operacionais, custos administrativos, impostos e dívidas. Pode e deve entender que uma empresa só se sustenta se investir em tecnologia e treinamento e que para isto todo recurso parece ser pouco.
O que assusta é quando um sujeito graduado em contabilidade fala a besteira. Minha sugestão é que você, gerente, executivo ou acionista, invista algum tempo para explicar a lógica do dinheiro e a estrutura de capital de uma empresa para todos empregados, utilizando termos bem simples, mas ensinando conceitos consistentes. Tenho certeza de que o engajamento dos empregados nas políticas de custos da companhia melhorará e auxiliará o cumprimento das metas.