Quando um gerente ameaça pedir demissão

08/04/2014

Quando um gerente ameaça pedir demissão

Quando um cargo-chave da empresa pede demissão, tudo bem, isto faz parte da vida empresarial. Quando ameaça ou quando diz que talvez vá embora em alguns meses, tudo mal, isto só faz parte de ambientes empresariais fracos, onde acionistas não impõem respeito às suas próprias empresas. Isto NÃO PODE SER ADMITIDO, em qualquer hipótese. A empresa é maior do que tudo e não pode virar refém de um boboca qualquer que resolveu tirar partido de alguma fragilidade momentânea da organização.

Para o profissional que ameaçou sua empresa desta forma, apenas digo: esta atitude não é digna de um profissional de verdade.



Algumas empresas, pelo desequilíbrio de seus acionistas, não impõem respeito em seus funcionários. O diretor de um cliente com sede em Minas Gerais ligou-me perguntando: “Mubarack, nosso gerente de produção avisou que pretende sair em alguns meses. Alegou alguns descontentamentos e disse que vai deixar a empresa. O que fazemos?”.

Meu primeiro impulso é dizer: “Demita-o imediatamente, sua empresa não é um prostíbulo de quinta onde qualquer idiota entre ou saia quando bem entender”. Quando um funcionário fala em pedir demissão, o relacionamento já terminou. Normalmente, para ser tão “corajoso”, o cara já tem outro emprego ou vislumbrou uma grande fragilidade na empresa e está tirando proveito disto. As duas opções são ruins e demonstram um caráter aproveitador no empregado e falta de comando e gestão na empresa.

Minha formação profissional teve grande participação dos fundamentos de gerenciamento do Grupo Gerdau. E lá um ato como este teria um final imediato: demissão. Esta firmeza é um dos motivos que diferenciam o Gerdau em relação à maioria das empresas: princípios inegociáveis quando se trata de caráter, atitudes e comportamentos.

Ninguém, eu disse NINGUÉM, nem o acionista, pode ser MAIOR DO QUE A EMPRESA. Ela precisa ser respeitada. E quando um cara ameaça demissão, seja da forma que for, este é um ato desrespeitoso e precisa ser punido.

E se você não tem gente para substituir imediatamente o “aproveitador”? Coloque um X vermelho no nome dele, procure freneticamente o substituto e elimine o sujeitinho o mais rápido possível.

Uma pergunta, se este é o seu caso: onde está o RH que não gerou sucessores, especialmente para cargos-chave? E onde está você, que deixa sua empresa ficar refém de qualquer imbecil?