Nem um gerente, nem o presidente, nem um encarregado. Todos eles detêm um determinado nível de representação da empresa e precisam ser discretos e comedidos em suas palavras. Quando falam com clientes, fornecedores e principalmente com empregados, eles devem ter o comportamento de um lorde. Poucas palavras, ir direto ao ponto e JAMAIS falar mal da empresa ou de qualquer profissional a ela ligado.
Fofocas e assuntos que envolvam preconceitos, racismos e muitas opiniões próprias também são proibidos. Discrição pessoal e respeito à confidencialidade e à privacidade de dados e de pessoas são obrigações de um gestor, seja ele o presidente ou o encarregado de um pequeno setor da empresa.
No Brasil, temos a língua frouxa, o riso fácil e a piada sempre preparada. Bom humor é um hábito excelente, mas não pode ultrapassar o limite do bullying, do deboche e do respeito ao ambiente.
O artigo 62 da CLT e seus incisos I e II, além do parágrafo único, disciplinam a questão do empregado que exerce cargo de confiança, mas não conceitua exatamente o que consiste o cargo de confiança.
O cargo de confiança não é meramente um título atribuído a uma função pela empresa. Seu conceito envolve a comprovação da relevância da função, encargos de gestão com autonomia, elevada fidúcia, remuneração equivalente a sua responsabilidade, representando um poder de mando mais alto do que a simples execução de rotina empregatícia, colocando o empregado de confiança em natural superioridade a seus colegas de trabalho, aproximando-o da figura do empregador pela prática de atos próprios do empregador.
Cargos de gestão são próprios para definir o cargo de confiança. O empregador confia a um empregado a gestão de parte de seu patrimônio. E a confiança deve estar respaldada pelo respeito à instituição e a todas as pessoas são interessadas nos seus resultados.
Em resumo, senhor gestor: feche a boca. Seja gentil, bem humorado, mas controle a língua. Defenda SEMPRE a empresa perante a sua equipe ou qualquer outro público e resolva eventuais divergências relacionadas às orientações dos acionistas com eles ou com seus superiores hierárquicos a portas fechadas e em voz baixa.
Trate a empresa como um diamante raro e creia que o maior beneficiado será você. Nunca se soube de um caso onde alguém foi mal visto por ser objetivo, porém discreto. Ninguém está pedindo para você ser submisso ou covarde, apenas recomenda-se que você compreenda sua própria grandeza na hierarquia e não se comporte como um moleque, fanfarrão ou palhaço.
O código de ética da empresa deveria prever punição séria para gerentes e diretores que falassem mal da empresa para seus subordinados. Ser gestor envolve muitas obrigações além do trabalho rotineiro. Quem não compreende isto, não sobrevive bem à teia complexa que envolve o ambiente de negócios.

Muitos diretores e gerentes não conseguem entender a grandeza do cargo que ocupam. Não sabem que não podem falar uma série de coisas para seus subordinados ou para outros públicos externos à empresa, como clientes e fornecedores. Não conseguem ter comportamento à altura dos seus cargos e não compreendem que cargos de gestão exigem discrição, cuidado com as palavras, cuidado com as próprias opiniões em assuntos que não envolvem o trabalho e que jamais, eu disse JAMAIS, podem falar mal da empresa para quem quer que seja. Nem uma crítica é permitida.